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A Natureza Faz Melhor: Biomimética na Arquitetura e Engenharia

A Biomimética não é para aqueles que estão satisfeitos com o status quo. É para os profissionais da indústria que procuram soluções mais eficientes, mais sustentáveis, mais saudáveis e mais seguras na hora de construir um edifício. 

O que é biomimética na arquitetura?

Em grego, bios significa “vida” e mimesis significa “imitar”. Assim, a biomimética na arquitetura significa imitar a vida para resolver problemas de projeto e construção. Pois, como afirma Benyus em sua palestra no TED , “não somos os primeiros construtores”. Longe disso.

O termo foi criado por Janine Benyus em seu livro Biomimicry—Innovation Inspired by Nature. A biomimética investiga “como os organismos vivos criam e resolvem desafios de design”.

A natureza vem desenvolvendo, testando e adaptando soluções há mais de 3,8 bilhões de anos. Isso é uma quantidade enorme de experiência. Devemos rejeitar a oportunidade de aprender com tal especialista?

Biomimética em Exemplos de Arquitetura

A Biomimética prova que as soluções mais eficientes na engenharia e arquitetura se assemelham a objetos naturais. A natureza usa muito pouco material e o coloca no lugar certo. Por exemplo, as curvas orgânicas das conchas, que são rígidas pela forma e não pela quantidade de material.

Na Arquitetura, a biomimética pode ser aplicada em materiais, sistemas estruturais, design e muito mais. Abaixo segue uma lista que compreende 5 exemplos de sua aplicação na Arquitetura.

1. Teatro Esplanade, Singapura

Inspirado na casca dura da fruta Durian, que protege sua semente, o teatro projetado por DP Architects e Michael Wilford possui um elaborado sistema de envoltória. A fachada da estrutura possui um sistema de sombreamento responsivo da estrutura curva e persianas triangulares de alumínio que se ajustam ao ângulo e à posição do sol durante o dia. O sistema fornece luz natural, bem como um efeito dramático de sombras no espaço.

2. Gherkin, Londres

O icônico arranha-céu de Norman Foster, comumente conhecido como Gherkin, imita a forma e a estrutura de treliça da Cesta de flores de Vênus. O exoesqueleto de treliça e a forma da esponja proporcionam resistência e estabilidade. A cesta oca formada pelo esqueleto também filtra a água em busca de nutrientes. Os elementos estruturais do edifício são conectados em diferentes ângulos em cada andar devido à sua forma. Este sistema permite uma planta aberta, suporte vertical sem colunas internas, resistência aos ventos e ventilação em todos os andares.

3. Eastgate Center, Zimbábue

O Eastgate Center em Harare, Zimbábue, tipifica o melhor da arquitetura verde e da adaptação ecologicamente correta. O maior complexo comercial e de escritórios do país é uma maravilha arquitetônica no uso dos princípios da biomimética. O edifício de altura média, projetado pelo arquiteto Mick Pearce em colaboração com os engenheiros da Arup, não tem ar condicionado ou aquecimento convencional, mas permanece agradável durante todo o ano. Além disso, tem um consumo de energia drasticamente menor, pois usa métodos de design inspirados na alvenaria indígena do Zimbábue e nos cupinzeiros africanos.

4. Torre Eiffel, Paris

Uma das estruturas de ferros mais conhecidas do mundo, a Torre Eiffel, foi inspiração no fêmur, ou seja, no osso da coxa. Os suportes de ferro internos representam as trabéculas dentro do fêmur, enquanto os alargamentos externos na base da torre se assemelham à porção curva na parte superior do osso. As características semelhantes ao osso ajudam a estrutura a suportar ventos de cisalhamento e proporcionam estabilidade estrutural.

5. Tijolo biológico

                                                                     Foto: bioMASON

A empresa bioMASON se inspirou na natureza para criar tijolos biológicos. Com o objetivo de reduzir as emissões de carbono na fabricação de alvenaria, a bioMASON cultiva tijolos em condições semelhantes a estufas e sem forno. 

O processo da empresa usa bactérias que alteram o equilíbrio de pH do material agregado ao redor, permitindo que o carbonato de cálcio cresça e una o material com pouca ou nenhuma emissão de carbono. O processo é semelhante ao que os microrganismos fazem com os recifes de coral. Os tijolos bioMASON estão perto do custo dos tijolos comuns, mas são muito melhores para o meio ambiente.

Maneiras pelas quais os arquitetos podem tornar a biomimética uma realidade

Traga a natureza para cada projeto

Para obter ideias para seus trabalhos, os designers geralmente recorrem a sites cheios de fotos glamourosas de novos edifícios. Talvez seja melhor dar um passeio pela floresta. O mundo está cheio de maravilhas. Se os designers abrirem os olhos para isso, podem encontrar inspiração infinita em todos os lugares – e não de uma maneira hippie, mas de uma maneira muito tangível e implantável.

Torne-se um defensor da biomimética

Compreender como a natureza resolve problemas pode ajudar os arquitetos a criar edifícios que funcionem em harmonia com os sistemas naturais – a atmosfera do planeta e o corpo humano, por exemplo. Por bilhões de anos, a natureza vem otimizando os seres vivos para ajudá-los a prosperar em seu entorno. Os ossos humanos são quatro vezes mais fortes que o concreto (e apenas metade do peso); a seda da aranha é cinco vezes mais forte que o aço. Ao contrário do concreto e do aço, no entanto, o osso e a seda não geram emissões industriais em sua fabricação. Estude e busque por mais soluções como essa.

Procure materiais de base biológica

Os fabricantes aumentaram sua produção de produtos não tóxicos e amigos do planeta, e na biblioteca da Ark Sustentável tornou mais fácil encontrá-los e examiná-los. Os designers agora podem especificar produtos baseados na natureza, como tintas minerais e isolamento acústico feitos com micélio, juntamente com opções mais conhecidas, como madeira laminada cruzada. 

O futuro da biomimética é multidisciplinar

Pode parecer estranho que copiar a forma como o mundo natural funciona só agora está vindo à tona, mas a ênfase mundial na sustentabilidade está forçando as pessoas a olhar para sistemas eficientes de todos os tipos. E até recentemente, os engenheiros não tinham ferramentas para simular processos naturais.

Então, quanto a arquitetura e a engenharia podem aprender e imitar da natureza? A resposta é muito mais, desde que haja um aumento na colaboração multidisciplinar. Quanto mais biólogos, arquitetos, engenheiros mecânicos e cientistas de materiais colaboram, mais provável é que campos híbridos como a biomimética na arquitetura possam criar raízes.

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